sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Free Spirit.

Saí de casa. Eram 5 horas da tarde de um domingo normal, e eu precisava esfriar a cabeça.A vida na cidade grande não é fácil,e chega um momento que é preciso se libertar dessa correria e encontrar um tempo para dedicar a si.
Peguei meu carro vermelho na garagem do meu apartamento e segui, sem rumo, pelas ruas movimentadas de Salvador. Meu corpo ansiava por liberdade.Liberdade aquela que poucas vezes eu tive, pois não é possível estender as asas dentro de um apartamento.
Precisava encontrar um lugar onde eu pudesse sentir meu corpo e meu espírito juntinhos, grudados. E só existe um lugar que me faz sentir assim.
Estacionei meu carro perto de uma barraca de água de coco e sai andando pelas calçadas da orla, até chegar a areia. Tirei meus sapatos e senti que a terra já não estava tão quente, pois o sol já estava quase se pondo. Estendi minha canga e me sentei, sentindo uma leve brisa soprar o meu rosto.
Olhei ao meu redor.. não havia quase ninguém, apenas um velhinho sentado lendo um livro, um casal  de namorados tirando fotografias e um cachorro que passava,latindo não sei o que.
Estiquei meus pés e senti a água, morna, tocar os meus dedos.
Deitei- me com os braços cruzados atrás da cabeça e comecei a me livrar de todas as preocupações que não me deixaram viver durante a semana.
E então, comecei a viajar com meus pensamentos, me imaginei morando num sítio muito bonito, com cachoeiras, cavalos,cães, enfim, todo o tipo de animais.Era aquilo que eu queria: uma vida mansa, calma mesmo,livre das buzinas de carros, do mau humor dos patrões, das pessoas que passam pelos outros e são incapazes de desejar um mísero bom dia.
Um sirizinho amarelo subiu em meus pés, me dizendo que estava na hora de acordar para ver o espetáculo que estava prestes a acontecer. 
Ainda deitada, olhei para o céu, agora pincelado com as cores rosa e cinza,e aos poucos fui percebendo o sol, saindo preguiçoso, se despedindo do mar e sumindo no horizonte.
Após o término do show, tirei meu vestido e resolvi dar um mergulho nas águas do oceano, só para não perder o costume.
O que era para ser rápido, acabou demorando um pouco mais de meia hora.
Saí, vesti novamente o meu vestido florido, segurei minha canga no braço direito,sapatos na mão esquerda, e me despedi do mar, que agora iniciava seu caso de amor com a lua.
Fui caminhando com os pés cheios de areia em direção ao meu carro vermelho..

Estava com minhas energias renovadas.

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